
A Engenharia de Produção é uma área muito abrangente que integra pessoas, equipamentos, materiais, finanças e informações visando maximizar a eficiência, qualidade e competitividade das empresas. Além disso, ela busca otimizar processos produtivos considerando tanto a eficiência quanto o bem-estar dos trabalhadores.
Para alcançar esse objetivo, ela se relaciona com diversas áreas, dentre elas a Ergonomia e a Segurança do Trabalho, pois os dois campos se conectam na medida em que a Engenharia de Produção procura melhorar a produtividade ao mesmo tempo em que promove condições seguras e saudáveis para os funcionários. Caso o bem estar do trabalhador não seja priorizado, a empresa além de não ter bons resultados pela exaustão ou afastamento dos colaboradores, também terá diversos dispêndios relacionados a essa problemática (por exemplo, as indenizações).
Ergonomia na Engenharia de Produção
A Ergonomia é uma ciência que estuda como os seres humanos podem se relacionar com os elementos de um sistema de uma forma que traga um maior bem-estar e desempenho, ou seja, visa adaptar o ambiente de trabalho às capacidades e limitações humanas. Ela se divide em três áreas: física, cognitiva e organizacional. A Ergonomia Física trata do estudo do corpo humano fazendo uma relação com as atividades físicas que serão desenvolvidas no ambiente de trabalho enquanto a Cognitiva trabalha os processos mentais (a exemplo da percepção, memória, raciocínio e resposta motora) com o intuito de reduzir a sobrecarga psicológica e prevenir os erros, que são naturais a qualquer ser humano. Já a Ergonomia Organizacional trabalha na otimização de sistemas sociotécnicos e envolve a gestão de tempo, a divisão de tarefas e a melhoria da comunicação e cooperação entre as equipes. Vejamos agora algumas atividades da engenharia de produção diretamente relacionadas a isso:
Design de postos de trabalho
Atua com a organização física e funcional do espaço de trabalho por meio da criação de ambientes, ferramentas e equipamentos que reduzam a fadiga e o esforço excessivo, levando em conta as necessidades e limitações dos funcionários. Isso pode incluir cadeiras ajustáveis, mesas com altura adequada e disposição ideal de ferramentas para minimizar movimentos desnecessários. É essencial para otimizar essa interação dos trabalhadores e o ambiente de trabalho.
Análise de tarefas
Estuda as atividades executadas pelos trabalhadores, buscando reduzir sobrecargas físicas e mentais, melhorando assim a eficiência e o conforto por meio da implementação de melhorias ergonômicas.
Automação
A automação pode ser usada para substituir tarefas repetitivas ou perigosas, reduzindo o risco de lesões e melhorando a ergonomia no ambiente de trabalho. Ajuda na redução do número de acidentes e de doenças ocupacionais.

Segurança do Trabalho
A Engenharia de Produção também tem um papel importante na prevenção de acidentes e na promoção de um ambiente de trabalho seguro. Manter a segurança do trabalhador é uma estratégia para o sucesso dos processos produtivos, tendo em vista que a eficiência e produtividade da empresa depende muito dessa promoção de um ambiente adequado aos funcionários. Isso é feito por meio de:
Identificação de Riscos
Avaliação dos processos produtivos para identificar e mitigar potenciais perigos, como exposição a materiais tóxicos, ruído, calor excessivo, entre outros.
Treinamento e Capacitação
Oferecer treinamento contínuo para os trabalhadores, garantindo que conheçam os procedimentos de segurança e saibam como reagir em caso de emergência.
Gestão de Riscos
Implementação de protocolos de segurança, como o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e a instalação de dispositivos de segurança em máquinas e equipamentos.
Normas Regulamentadoras (NR’S)
No Brasil, a Engenharia de Produção trabalha em conformidade com as Normas Regulamentadoras (NR’s) pois são as obrigações, direitos e deveres que todos os trabalhadores brasileiros devem pautar-se visando uma maior segurança e prevenção de infortúnios. Dentre essas normas diretamente ligadas à Ergonomia e à Segurança do Trabalho, podemos citar:
NR-17 (Ergonomia)
Estabelece parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Com isso, exigem que medidas para evitar posturas prejudiciais ou extremas sejam adotadas pelas empresas. Além disso, com essa norma fica sendo uma responsabilidade da empresa indenizar os colaboradores que venham a apresentar problemas de saúde, físicos ou mentais, provindos de uma negligência da empresa.
NR-12 (Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos)
Define requisitos mínimos para garantir a integridade física dos trabalhadores que operam máquinas. Foi feita para prevenir acidentes e doenças ocupacionais causadas pelo manuseio de máquinas.
NR-6 (Equipamentos de Proteção Individual)
Regula o uso correto e obrigatório dos EPI’s. Estabelece que as empresas além de fornecer os equipamentos de segurança devem orientar e treinar os colaboradores sobre seu uso.

Conclusão
Em resumo, a Engenharia de Produção, ao aliar-se à Ergonomia e à Segurança do Trabalho, não apenas melhora a eficiência operacional, mas também protege e valoriza o trabalhador, promovendo um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo, além de evitar que ajustes corretivos sejam necessários em etapas mais avançadas do processo produtivo. É inegável a redução dos custos operacionais provindos de um processo que preza pelo funcionário, tendo em vista a redução na taxa de acidentes, diminuição dos afastamentos provindos de doenças ocupacionais e aumento da satisfação dos trabalhadores que, com um ambiente mais propício e adaptado, consegue realizar as atividades com uma fluidez e conforto imensamente maior.