Então, o que é Gestão Ambiental?
Gestão Ambiental, como foi dito, é um segmento da Engenharia da Sustentabilidade, uma das 10 áreas da Engenharia de Produção. Ela administra os recursos naturais utilizados pela empresa, de modo a mitigar os impactos causados pelo processo produtivo na natureza. Além disso, de forma paralela, busca aliar os interesses econômicos da empresa com a preservação do meio ambiente.
Como a Gestão Ambiental atua em uma empresa?
Um engenheiro desta área atua em uma empresa aplicando medidas que visam diminuir o impacto ambiental causado pelas empresas e alcançar o desenvolvimento sustentável, buscando, também, otimizar gastos.
Essas medidas envolvem, dentre outras:
• Gerir os recursos naturais, desde a água que é utilizada até a quantidade de energia gasta. Exemplo: Um engenheiro identificou que alguma máquina fica ligada sem estar em uso, causando um gasto desnecessário de energia;
• Implementar sistemas de descarte e reciclagem de resíduos, tanto para água quanto para resíduos sólidos. Exemplo: Foi identificado que os resíduos do processo produtivo estavam sendo descartados, incorretamente, em algum rio, causando danos ao ecossistema local;
• Criação de produtos que causem menos danos ao meio ambiente e que utilizem menos recursos para serem produzidos. Exemplo: Criar um tipo de polímero substituto do plástico que possua uma decomposição mais rápida do meio ambiente;
• Incentivar sempre o desenvolvimento sustentável, dentro e fora da empresa. Exemplo: Realizar workshops com os funcionários sobre medidas de sustentabilidade que estão sendo implementadas;
• Idealizar usos pós-consumo dos produtos comercializados. Exemplo: Utilização do óleo de cozinha para produzir sabão, reduzindo a quantidade dele em esgotos.
Qual é a importância da Gestão Ambiental?
• Importância fora da empresa: Para fora da empresa, a maior importância dessa área é a preservação da natureza, pois ela busca, no fim das contas, um desenvolvimento sustentável, auxiliando, indiretamente, na manutenção dos ecossistemas, dos recursos naturais e das condições climáticas.
• Importância dentro da empresa: Para dentro da empresa, a maior relevância dessa área é o fator econômico, sendo analisado de uma forma indireta:
Primeiramente, a gestão ambiental vai gerar uma otimização dos recursos. Portanto, isso resultará em lucros para a empresa, devido à redução de custos.
Segundamente, melhorando a imagem da empresa, já que, na atualidade, antes de adquirir um produto, o cliente não olha somente para o preço dele na prateleira, mas também para todos os ideais que aquela empresa representa. Portanto, ao ter um bom posicionamento ambiental durante todo o processo produtivo, desde a produção até a comercialização, a empresa ganhará clientes e até parceiros, que estejam alinhados a esses ideais.
Uma prova disso é que, em 2019, um estudo realizado pela agência de pesquisa norte-americana, Union + Webster, apontou que 87% da população brasileira prefere comprar produtos e serviços de empresas sustentáveis e 70% dos entrevistados disse que não se importa em pagar um pouco mais por isso.
Quais as dificuldades sofridas pela Gestão Ambiental?
Infelizmente, seria inocência falar que grande parte das empresas possuem iniciativas ambientais por vontade própria. Na realidade, a maioria das empresas está em dois cenários:
• Ou apenas seguindo as leis ambientais locais e internacionais; • Ou, além do cenário anterior, está utilizando isso como estratégia econômica para atrair consumidores.
Mas por que isso acontece? Infelizmente, as questões ambientais costumam ficar em segundo plano, já que muitas empresas focam apenas nos problemas imediatos, e não nos de longo prazo. Outras resolvem ignorar os problemas pois suas consequências não lhe afetam diretamente. Além disso, muitos deles não se importam com os impactos causados na natureza, vendo a contratação de pessoas para atuar nessa área da empresa como um gasto desnecessário.
Quais projetos um profissional da Gestão Ambiental poderia propor?
Os danos que o processo industrial pode causar no meio ambiente se resume a basicamente três áreas: Quantidade de recursos utilizada; Resíduos do processo produtivo; Descarte do produto final.
Logo, os projetos devem focar nessas três situações.
Em primeira análise, quanto a quantidade de recursos utilizada, podemos verificar se há desperdícios durante o processo produtivo, indicando gastos desnecessários que podem ser otimizados. Além disso, no cenário energético, algumas empresas estão localizadas em regiões estratégicas que favorecem o uso de fontes mais limpas de energia. Ou seja, um projeto seria utilizar energia solar onde haja alta intensidade luminosa ou energia eólica onde existam ventos duradouros.
Em segunda análise, quanto aos resíduos da produção, é possível utilizar reagentes e combustíveis que não geram tantos produtos nocivos à natureza. Um exemplo disso seria utilizar gás natural ao invés de carvão. Essa mudança reduz os custos operacionais e ajuda na redução da liberação de gases poluentes e até tóxicos. Ademais, o descarte dos resíduos pode estar sendo realizado de forma incorreta, degradando ecossistemas. Criar um projeto para evitar o descarte em rios, por exemplo, é um meio de diminuir os danos ambientais.
Em última análise, quanto ao descarte do produto final, seria interessante criar embalagens que possam ser utilizadas, diminuindo a quantidade de lixo produzido por pessoa.
Portanto, podemos perceber a importância desse tipo de gestão para o meio ambiente e, além disso, as vantagens que ela pode trazer para as empresas. Vale lembrar, também, que grande parte dos danos ambientais são causados por indústrias, logo, nada mais justo do que elas direcionarem uma parcela dos seus recursos para a preservação do meio ambiente do qual tanto usufruímos.