Introdução
O estoque é um dos ativos cruciais para qualquer empresa e, seja no varejo, na manufatura, no setor de serviços alimentícios ou em outros campos, os materiais e produtos finais são a base do negócio. Uma gestão inadequada do estoque pode até ameaçar a sobrevivência da empresa, no entanto, é importante reconhecer que o estoque também pode ser visto como uma responsabilidade. Além disso, manter um estoque grande traz consigo vários riscos potenciais para as empresas, que incluem a possibilidade de deterioração, roubo, danos, obsolescência ou perda, especialmente no caso de produtos perecíveis.
Dessa forma, a gestão de estoque representa a capacidade da empresa organizar, armazenar, assegurar o comprometimento dos produtos estocados e determinar a quantidade de produto em um determinado período de tempo. A partir dela, a empresa consegue entender seus produtos e demandas e, dessa forma, irá conseguir determinar a necessidade de compras. Ademais, outro ponto importante é a valoração do estoque: a GE auxilia a determinação do valor do estoque para a empresa.
Importância da gestão de estoque
Possuir um depósito com muita mercadoria acumulada não significa sucesso comercial. Na verdade, significa investimento paralisado, então a GE é fundamental para o sucesso das empresas, pois visa assegurar o equilíbrio ideal entre oferta e demanda, evitando tanto excessos quanto escassez de produtos. O objetivo é garantir que os clientes recebam seus pedidos de forma eficiente e oportuna.
Porém, dependendo do ramo da empresa, as demandas sofrem grandes alterações no decorrer do ano, o que obriga a empresa a manter um estoque de segurança, visto que ficar sem produtos em estoque pode impactar gravemente as suas atividades.
Portanto, para tomar as melhores decisões empresariais, é imprescindível ter um conhecimento aprofundado das operações e das particularidades do setor, de modo a evitar tanto o excesso quanto a insuficiência de produtos e mercadorias, prevenindo possíveis impactos negativos na organização. A GE, além de possibilitar que a empresa tome as melhores decisões, impede que ela cometa erros, como comprar itens desnecessários apenas por estarem com preço atrativo.
Métodos de gestão de estoque
PEPS
Essa metodologia segue o princípio de que as mercadorias mais antigas do estoque são as que devem ser vendidas primeiro, evitando que os itens fiquem obsoletos. Daí o emprego da sigla PEPS, que significa “primeiro a entrar, primeiro a sair”.
UEPS
O UEPS é o contrário da metodologia anterior. Sua sigla significa “último a entrar, primeiro a sair”. Dessa forma, o produto mais recentemente implementado ao estoque da empresa é o primeiro que deve ser disponibilizado para as vendas.
Esse método de controle de estoque não é recomendado para empresas que trabalham com produtos perecíveis, e exigem métodos de controle ainda mais elaborados para que a empresa não venha a sofrer com avarias e desperdícios de produtos.
CUSTO MÉDIO
Também chamado de Média Ponderada Móvel, esse método renova os valores do estoque a cada vez que há uma nova entrada de itens, por meio do cálculo de uma média ponderada.
A média é o resultado da soma dos valores dos produtos antigos com os valores dos produtos novos, dividida pela quantidade total de itens disponíveis no estoque.
Esse método é ideal para empresas cujos valores de seus itens de estoques não sofram grandes oscilações. Mesmo assim, é preciso adotar controles adicionais para verificar se o estoque não está super ou subavaliado.
JUST IN TIME
O Just in Time (literalmente traduzido como “no momento exato”) é um método de gestão desenvolvido especialmente para promover a redução de custos, no qual o nível do estoque é mantido no menor nível capaz de atender as demandas da empresa.
CURVA ABC
Esse método de gestão baseia-se em três pilares fundamentais para estabelecer a importância da manutenção de cada produto no estoque. São eles: o giro, o faturamento e a lucratividade.
De acordo com esses critérios, os itens de estoque são classificados em três tipos:
Itens de tipo A: são as mercadorias mais importantes e com maior valor.
Itens do tipo B: são os bens de valor médio e, por isso, não são aplicados controles tão rigorosos como aqueles aplicados aos itens classificados como A.
Itens do tipo C: são os menos valiosos para a empresa, de modo que não é tão importante adotar muitos controles para eles. Esses itens, frequentemente, podem ser excluídos dos inventários rotativos, por exemplo.
Principais erros na gestão de estoque
1) Excesso de estoque
Deixar de controlar a movimentação dos produtos de uma loja acarreta tanto na falta quanto no excesso de itens em estoque e, se o seu setor de compras não tem as informações precisas sobre o que é necessário adquirir, isso acontece devido à ausência de acompanhamento das quantidades dos produtos e de seu giro de mercadorias.
2) Estoque insuficiente
Do mesmo modo que manter produtos em estoque em excesso é prejudicial para a saúde financeira de um negócio, o contrário também é verdade. Se você se baseia em um histórico bem-feito de vendas realizadas em um determinado período, provisionar o volume adequado para atender a demanda regular, torna-se uma tarefa muito mais fácil.
3) Problemas de sazonalidade
Você está ciente das oscilações que ocorrem na demanda de sua empresa? A oferta de produtos deve ser adaptada às necessidades de seus clientes, em cada estação e época do ano.
Você não pode comprar os mesmos bens em um período de tempo em que, talvez, seus clientes saiam de férias e não estejam pensando em comprá-los.
O contrário também acontece. Existem épocas, geralmente datas festivas, em que há um aumento muito grande da demanda.
As empresas precisam, além de captar essas informações, fazer um bom planejamento para não sofrer com problemas externos, como atrasos de fornecedores.
4) Uso de ferramentas de gerenciamento de estoque ineficientes
Para executar o seu trabalho da maneira mais eficaz possível, os setores de vendas e compras dependem diretamente de todas as informações geradas pelo setor de estoque. Cometer os erros de não investir no compartilhamento dessas informações e não integrar essas áreas, pode significar assinar, definitivamente, a carta de falência de uma loja de material de construção.
Conclusão
A gestão eficaz do estoque é um componente vital para o sucesso de qualquer empresa. Ao equilibrar cuidadosamente oferta e demanda, evitar excessos e escassez, e adotar métodos de controle adequados, as empresas podem otimizar suas operações e garantir a satisfação do cliente. Através de métodos como PEPS, UEPS, custo médio, Just in Time e a análise da Curva ABC, as empresas podem tomar decisões informadas e evitar erros dispendiosos. No entanto, há desafios a serem enfrentados, como excesso de estoque, escassez, problemas sazonais e uso de ferramentas de gestão ineficientes. Portanto, é essencial que as empresas reconheçam a importância da gestão de estoque e invistam em processos robustos e ferramentas adequadas para garantir sua eficácia. Ao fazer isso, elas podem não apenas melhorar sua saúde financeira, mas também fortalecer sua posição competitiva no mercado.