Entenda sobre Bitcoins e sua supervalorização - Blog #01

Entenda sobre Bitcoins e sua supervalorização - Blog #01

Escrito por Edgar Queiroz e Gabriel Mota.

Publicado em 14/01/2021

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Com a atual cotação de Bitcoin para Reais Brasileiros (aproximadamente R$190mil/BTC), se você tivesse comprado R$500 em Bitcoins em 2011, teria hoje, em 2021, aproximadamente R$190 milhões em reais. Porém, seremos realistas, considerando que o Bitcoin apenas começou a ficar conhecido em 2013, se tivesse comprado nessa época, com o mesmo investimento, teria hoje, aproximadamente, R$3.5 milhões em reais.

A popularidade cada vez mais crescente do Bitcoin não é um fator que beneficia apenas investidores alternativos, mas que aproxima o mundo cada vez mais de uma revolução monetária. Seguindo o caminho da evolução dos meios de troca ao longo da história humana, passamos pelos meios mais alternados possíveis da troca de valores, começando pelas práticas do Escambo, eventualmente se evoluindo para a troca de metais preciosos com o Mercantilismo, e hodiernamente, nas diversas moedas fiduciárias ao redor do mundo.

A próxima etapa? Provavelmente as criptomoedas. Falar sobre elas pode ser um assunto polêmico e politicamente divisor, mas tendo o Bitcoin como a criptomoeda pioneira na entrada do mercado “mainstream”, oferecendo uma alternativa completamente viável ao dinheiro, de forma descentralizada e que nunca perde seu valor, é infinitamente mais atrativo do que o dinheiro hodierno que pode perder seu valor ao longo de uma noite.

Propriedades do Dinheiro. Fonte: Ryan’s “Traits of Money” Series ( Part I ), Traduzido pelos Autores

Quando falamos que o Bitcoin sofre uma queda, ou lhe ocorre um crescimento exponencial, estamos falando do seu preço, e não do seu valor, que é representado por essa alternativa econômica do futuro. Quando uma pessoa investe em Bitcoin hoje em dia, pode se decepcionar bastante, pois esperava aplicar seu dinheiro em um investimento análogo à bolsa de valores, mas essa pessoa vai estar errada, pois o Bitcoin nunca para, ao contrário da bolsa, que não opera em feriados e finais de semana, o Bitcoin está sendo trocado por 24 horas ao longo de 365 dias ao ano, podendo causar muito estresse para o investidor, que tem uma noção errada sobre criptomoedas.

A promessa do Bitcoin como moeda de troca já é realidade para muitos países. O Bolívar Venezuelano e a Lira Turca já estão perdendo para o Bitcoins em seus volumes de troca em seus respectivos países, além da correlação da adoção de criptomoedas em ambientes de países em desenvolvimentos para mitigar instabilidade econômica, segundo esses artigos da ChainAnalysis e Medium.com.

Vale ressaltar, no entretanto, que o Bitcoin é uma moeda descentralizada e nunca será derrubada ou controlada por alguém ou alguma entidade, todas as suas transações são efetuadas por meio do chamamos de “Blockchain”, uma “carteira de criptomoedas” em que todos podem contribuir hospedando “nodes” de Bitcoin em suas respectivas casas, de forma que enquanto pelo menos um node estiver aberto no mundo, o Bitcoin nunca vai parar de funcionar. Porém, quanto mais ocupada essa blockchain se torna para tratar de todas as transações que estão acontecendo globalmente, mais lenta ela fica, e suas taxas de transação começam a aumentar. Uma das mais promissoras iniciativas de aprimoramento da Blockchain é desenvolvida pela Linux Foundation, denominado de HYPERLEDGER.

Um último adendo para o Bitcoin: sendo ele uma moeda descentralizada, há a necessidade de limitar a sua quantidade no mercado, de forma que seu valor nunca sofra uma inflação pela necessidade da “impressão” de mais bitcoins. Ao total, existirão apenas 21 milhões de bitcoin no mundo todo, “minerados” por cálculos computacionais em máquinas super potentes, atualmente, já existem cerca de 18 milhões. Estudos dizem que existem 4 milhões bitcoins perdidos em computadores, tornando sua circulação atual apenas de 14 milhões de BTC. À medida que novos bitcoins são inseridos no mercado, seu preço tende a crescer, e sua inflação a diminuir, segundo estudos do site Bitcoin Block Half, a previsão é que o último Bitcoin seja minerado em algum ano após 2040.

Crescimento do Bitcoin (azul) em relação à inflação (laranja) ao longo do tempo. Fonte: bitcoinblockhalf.com

Dito isto, vem a questão, se o Bitcoin é um recurso limitado, como adotaremos eles como recurso financeiro global e não provocar uma maior desigualdade? A resposta está nas Altcoins, moedas alternativas que podem ou não girar seu preço em torno do valor do Bitcoin. A Altcoin mais famosa é a Ethereum, que também é uma criptomoeda descentralizada mas que dispensa a blockchain, de forma que as transações de Ethereum sejam efetuadas por meio de “contratos”, de forma mais eficiente e barata. Segundo Tyler Winklevoss, bilionário e entusiasta investidor de Bitcoins e criptomoedas, “O Ethereum ainda está muito barato.”

A recente valorização e desvalorização do Bitcoin

O ano de 2020 foi gigante para o Bitcoin, principalmente neste final de ano, em que observamos o preço do Bitcoin pular de R$98mil para R$220mil em míseras 2 semanas. É improvável traçar qual foi a razão objetiva para esse salto gigantesco do preço do Bitcoin em tão pouco tempo, mas entre os mais citados seria a liberação do estímulo econômico dos Estados Unidos, que beneficiou praticamente toda a população americana com $600, e muitas famílias optaram por aplicar esse dinheiro em criptomoedas, e o fato do mercado financeiro estar fechado no final de ano durante o recesso, então na promessa do Bitcoin, e o fato da troca de Bitcoins nunca parar, optaram pela compra das mesmas nesse recesso.

Também podemos citar a compra em massa por parte de gigantes conglomerados de empresas que as adquirem em remessas gigantescas, valorizando mais ainda seu preço de mercado em comparação ao dólar.

Outro fator que podemos citar para a valorização do Bitcoin, é do próprio moisés das criptomoedas, Elon Musk, que ao longo de toda a sua carreira, sempre fez propaganda sobre os Bitcoins no Twitter, exaltando os Bitcoins acima de dinheiro fiduciário em seus tweets, e compartilhando diversos memes sobre bitcoin ao longo do ano também. O efeito Elon Musk é real, principalmente após ter se tornado o homem mais rico do mundo depois de uma valorização sem precedentes da sua empresa Tesla no final de 2020. Exemplos do “Efeito Elon Musk” são observados quando Musk fala para seus seguidores “usarem Signal”, um aplicativo de mensagens anônimo, alternativa do WhatsApp, e as ações de uma empresa completamente sem relação com o aplicativo subirem mais de 400% em um dia.

“Efeito Elon Musk” em prática, Fonte: google.com

Porém, após a valorização exponencial do Bitcoin, observamos diferentes correções do preço em relação ao dólar ao longo dessas semanas, algumas correções brutais, por vezes sendo correções da depreciação do bitcoin em R$20mil, ou mais recentemente, R$40mil, quando o preço desceu de R$220mil para pouco menos de R$170mil, na segunda, dia 11 de janeiro de 2021, levando consigo, a depreciação de todas as outras criptomoedas.

Essa não foi a primeira correção brutal do Bitcoin, a primeira e mais notória foi a Grande Bolha de Criptomoedas de 2017, em que um crescimento parecido foi observado no final do ano para o Bitcoin, que chegou a bater $20mil USD no final do ano, mas após muitas polêmicas, decisões de restrição por governos asiáticos em relação às criptomoedas, e incertezas em relação ao investimento, o preço do Bitcoin e diversas outras criptomoedas sofreu um reajuste de aproximadamente -65%.

Porém, hoje em dia, há uma clara diferença em relação ao valor do Bitcoin em 2021 e 2017. O preço do Bitcoin está estável, sofreu correções, mas continua crescendo, sempre em direção a bater os recordes de preços antes estabelecidos. As principais diferenças são uma melhor clareza sobre o que é o Bitcoin na cabeça das pessoas, e menor pessimismo por parte da mídia mundial em relação às criptomoedas. Agora, quanto ao futuro do Bitcoin? Especialistas afirmam que o Bitcoin ainda pode chegar a valer $100mil USD (aproximadamente R$550mil), e sua capitalização de mercado atual já é maior do que as ações de grandes empresas como o Facebook.

Mesmo com a brutal correção do começo de 2021, o Bitcoin ainda apresenta um aumento de 700% em relação ao seu preço em Março de 2020, apenas com espaço para o crescimento. Ainda há muito receio em relação ao investimento e crença nas criptomoedas, mas esta é uma barreira que pode ser rompida apenas com o tempo, e com a quebra de marcos históricos ao longo dos próximos anos.

Caso você tenha interesse em investir em Bitcoins, a melhor porta de entrada é por meio de corretores, que podem cobrar taxas, mas são a forma mais segura para o investidor brasileiro, os pioneiros e melhores exemplos de corretoras para a compra de Bitcoins são Foxbit e Coinext no Brasil. Lembrando que você não precisa comprar um bitcoin inteiro, pode comprar frações de Bitcoins, independente do valor que você tiver para aplicar!

Caso você tenha se interessado mais ainda em Criptomoedas e gostaria de se aprofundar mais no assunto, nós do PET Produção recomendamos montar seu próprio node de bitcoin em casa, e montar sua própria carteira de criptomoedas, seja por hardware, ou software, além disso gostaríamos de deixar uma recomendação quanto a educação em segurança e manutenção das criptomoedas: NotYourKeys.org (em Inglês).