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O que você vai ver neste post:
- 1) Afinal, o que é Criptografia de ponta-a-ponta?
- 2) Por que as redes sociais, como o Facebook, querem adotar essa ferramenta?
- 3) Quais as vantagens?
- 4) Controvérsias desse recurso de segurança.
- 5) A experiência que essa criptografia vem proporcionando.
- 6) Possíveis saídas para os problemas de Mark Zuckerberg.
Este post faz parte de uma série de 3 artigos que serão postados no BlogsPET esse semestre referentes ao projeto One Page. Inspirada em uma prática utilizada por consultores, o One Page é uma atividade realizada no PET Produção em que os participantes recebem um tema para discussão e devem apresentar uma argumentação junto de uma apresentação visual limitada ao tamanho de uma folha de papel. A cada mês, o participante de melhor argumentação trará um post sobre o tema apresentado no Blog. O tema dessa semana é “O dilema das redes.” e a responsável pelo post é a petiana Rebeka Parente.
1) Afinal, o que é Criptografia de ponta-a-ponta?
A criptografia de ponta-a-ponta, de forma resumida, é uma ferramenta de segurança que permite que seus dados sejam protegidos. Funcionando da seguinte forma, é como se você estivesse conversando com o seu melhor amigo e a mensagem que você está enviando ficasse criptografada dentro de um cadeado, e somente você e seu melhor amigo tivessem a chave para abrir esse cadeado e descriptografar a mensagem, para que, assim, pudessem lê-la.
Esse recurso permite que outras pessoas não tenham acesso às informações que você está compartilhando em uma troca de mensagens no WhatsApp, no Telegram ou no Signal, por exemplo, redes que já adotam essa ferramenta de segurança.
2) Por que as redes sociais, como o Facebook, querem adotar essa ferramenta?
As vantagens dessa ferramenta são inúmeras para os usuários, afinal, quem não quer ter seus dados seguros e preservados, não é mesmo?
Mark Zuckerberg já implementou em uma de suas redes, o WhatsApp, a criptografia de ponta-a-ponta e tem sido bem aceita por inúmeras pessoas, já que atualmente o vazamento de dados está cada vez mais frequente, exigindo que haja uma maior segurança dentro das redes. Além disso, aderir a essa ferramenta evitaria que o Facebook se envolvesse em tantas polêmicas, o que, em teoria, poderia melhorar a sua imagem, visto que o Facebook não teria mais a responsabilidade de controlar o que aconteceria dentro de sua plataforma, pois o acesso a informações detalhadas do que fosse compartilhado seria restrito apenas para quem o usuário permitisse. Sendo, desse modo, também vantajoso para a rede social mais acessada do mundo.
Mas será que para os internautas e para a sociedade como um todo implementar essa criptografia geraria somente vantagens? Vamos descobrir posteriormente.
3) Quais as vantagens?
Como já foi citado, a Criptografia de ponta-a-ponta traz inúmeras vantagens, dentre elas iremos citar algumas, de maneira mais detalhada, a seguir:
Mantém seus dados seguros contra hackers.
Pois, voltando naquela história da mensagem ficar dentro de um “cadeado”, apenas as partes envolvidas no conteúdo podem acessá-lo. Assim, mesmo que um hacker comprometa os servidores onde seus dados estão armazenados, ele não terá acesso às informações, visto que não possuirá aquela chave do “cadeado” para descriptografar os dados ali contidos e conseguir visualizar o que está sendo compartilhado em uma conversa, por exemplo.
Mantém seus dados privados.
Desde muito jovens, buscamos por privacidade, ninguém gosta de ter sua intimidade ou suas informações pessoais compartilhadas nem invadidas. E esse recurso de segurança em questão permite que isso seja possível. Você quem controla quem pode lê suas mensagens ou ter acesso aos seus dados. Isso dentro do mundo virtual, onde há uns anos era conhecido como uma “terra sem lei”, é uma grande conquista.
É bom para a democracia.
Todo mundo tem direito à reserva de informações pessoais e da própria vida pessoal, ou seja, à privacidade. Durante o período da Segunda Grande Guerra, por exemplo, toda a população na Alemanha era vigiada, não podia se manifestar contra o governo de nenhuma forma, já que isso poderia lhe custar até mesmo a vida. Hoje, a população mundial tem direito à liberdade de expressão e essa ferramenta de criptografia firma isso, pois jornalistas e ativistas,por exemplo, podem fazer suas manifestações de forma segura, sem que possa haver qualquer tipo de perseguição por algo que eles falaram ou compartilharam no âmbito virtual.
Citamos algumas vantagens que essa ferramenta de segurança de dados nos traz, contudo, ela também traz desvantagens, desafios que nos fazem, inclusive, ficar na dúvida de “Será que a criptografia de ponta-a-ponta deve ou não ser implementada?”
4) Controvérsias desse recurso de segurança.
A criptografia de ponta- a -ponta vem sendo bastante criticada por muitos governos, pois ela poderia dificultar as investigações de crimes diversos, além de que as redes não teriam como controlar as pessoas mal-intencionadas dentro de suas plataformas, permitindo que houvesse, por exemplo, discursos de ódio e preconceitos disseminados ali, e a polícia não pudesse ter provas mais concretas para punir os culpados.
O mais preocupante é que uma das redes que está pensando em implementar esse novo recurso de segurança é o Facebook que, atualmente, é responsável por 94% de todas as denúncias de abuso infantil online, de acordo com o U.S. National Center for Missing and Exploited Children (NCMEC). A agência estimou que 70% de suas queixas — cerca de 12 milhões em todo o mundo — desapareceriam caso a ferramenta fosse implementada.
Isso, colocaria em risco a segurança de muitos usuários e corroboraria para a intensificação de crimes cibernéticos impunes, haja vista que, embora houvesse denúncias, estas não conseguiriam se sustentar sem provas, já que a polícia não teria acesso ao conteúdo ilegal disseminado. Essa situação vem gerando muitos debates que não devem cessar tão cedo.
Mas e aí, o que fazer? O Mark Zuckerberg deve implementar ou não essa criptografia no Facebook?
5) A experiência que essa criptografia vem proporcionando
Antes de buscar alternativas para responder tais questionamentos, deve-se analisar como é que vem sendo a experiência do WhatsApp com a criptografia de ponta-a-ponta.
Segundo um profissional que entrou no Facebook depois de duas décadas na British National Crime Agency, onde se especializou em investigações internacionais, mas que preferiu não divulgar seu nome. Ele conseguiu visualizar as duas realidades, sentiu a dificuldade que a criptografia de ponta-a-ponta trás para uma investigação criminal, contudo a ferramenta era usada diariamente em seu trabalho, pois era um meio de comunicação confiável que a polícia possuía em sua organização, já que suas mensagens não podiam ser acessadas por hackers, por exemplo. Para ele, que vivenciou os dois lados, mudar as práticas de criptografia não impediriam pessoas mal-intencionadas de usar esse recurso de segurança, já que há outros serviços menos responsáveis disponíveis. Então, tirar o direito de milhões de pessoas de terem seus dados protegidos, por causa de uma parcela da população que iria encontrar outras formas de praticar os crimes, não parecia ser a melhor escolha.
Além disso, na experiência que os serviços de investigações tiveram, segundo esse profissional, o WhatsApp auxiliou a polícia no Brasil a resgatar uma vítima de sequestro, e na Indonésia, ajudou as autoridades a processarem um grupo que espalhava imagens de exploração infantil. Outrossim, a rede também oferece treinamentos para membros da segurança, no intuito de capacitar mais eles no conhecimento da rede para que, desse modo, possam identificar mais facilmente indivíduos que estiverem usando a plataforma para a prática de crimes.
É possível verificar, portanto, que há maneiras de o Mark implementar essa criptografia contornando os desafios existentes.
6) Possíveis saídas para os problemas de Mark Zuckerberg.
1. Treinamentos
O meio virtual ainda é algo pouco conhecido e explorado, só se possui mais contato com o que se usa diariamente, contudo as redes sociais, por exemplo, vão muito além disso. Desse modo, torna-se fundamental que haja mais treinamentos, por parte das empresas que buscam adotar a criptografia de ponta-a-ponta, para que as organizações de segurança estejam preparadas e prontas para punir e investigar os infratores dentro dessas plataformas, facilitando o trabalho da polícia e evitando que crimes fiquem impunes.
2. Contribuir para as investigações e dificultar o ingresso na rede
A partir do momento que as redes sociais sejam solicitadas, por meio de mandatos, a divulgar dados para a polícia, elas devem contribuir e ajudar, com o fito de garantir a segurança dentro de sua rede. Além disso, o Facebook pode exigir mais informações durante o cadastro em sua plataforma ou uma confirmação em duas ou mais etapas, pois até mesmo uma criança consegue fazer uma conta. Essa facilidade contribui para que qualquer pessoa possa fazer parte da rede social, contribuindo para que mal-intencionados desfrutem da plataforma.
3. Ir com calma
É preciso pesquisar, avaliar, consultar especialistas e Governos sobre a implementação dessa ferramenta no Facebook e suas consequências. Pois, não adianta inovar a rede rapidamente, se isso prejudicaria de alguma forma a segurança de inúmeros internautas, não é mesmo?
E você, o que faria se fosse o Mark Zuckerberg? Você acha que conseguiria trazer essa discussão em uma página só? Pra facilitar, vou deixar a minha One Page desse assunto aqui embaixo. E espero que você tenha ficado ansioso para o próximo tema!
