A importância da representatividade LGBTQ+ na atualidade - Blog #09

A importância da representatividade LGBTQ+ na atualidade - Blog #09

Escrito por Naiarlisson Fernandes

Publicado em 30/06/2021

post-thumb
(Tempo de leitura: 3 minutos)

A Luta

A busca da comunidade LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e Queer) por visibilidade e respeito, é uma luta constante e que sempre existiu, mas foi em 28 de junho de 1969, em Nova York, que uma revolução se deu no Stonewall Inn, um bar frequentado por pessoas LGBT’s, após uma abordagem violenta da polícia local contra pessoas da comunidade, várias pessoas que estavam no local resistiram à abordagem e impediram a ação dos policiais. Com isso, nos dias seguintes a esse episódio, alguns protestos ocorreram nas ruas próximas ao bar, e um ano depois, em memória ao ocorrido, em 28 de junho de 1970 ocorreu uma marcha em busca de direitos LGBT’s, e, que mais na frente, se tornaria a tão famosa parada LGBT. Sendo assim, após 52 anos do ato de Stonewall Inn, alguns direitos foram conquistados para a comunidade LGBTQ+ por meio de muita resistência e diálogo, tais como o reconhecimento da união estável homoafetiva como entidade familiar, a autorização da mudança do pronome, a classificação de sexo/gênero por pessoas transgêneros no Registro Civil e a criminalização da LGBTfobia. Além disso, ano passado o Brasil bateu o recorde de pessoas trans eleitas nas eleições municipais, tendo Erika Hilton como a vereadora mais votada pela cidade de São Paulo. No entanto, mesmo com esses avanços, o Brasil não possui uma lei que criminalize especificamente a homofobia e a transfobia, sendo necessária a intervenção do Supremo Tribunal Federal para incluir provisoriamente a discriminação contra LGBT’s na Lei do Racismo — Lei n° 7.716, de 5 de janeiro de 1989 —, enquanto o Congresso Nacional não aprova uma lei específica. Com isso, o Brasil registra o maior número absoluto de mortes motivadas por LGBTfobia, sendo o país que mais mata pessoas LGBTQ+ no mundo.

O Orgulho

A palavra “orgulho” significa sentimento de prazer, de muita satisfação com o próprio valor, com a própria honra, e, para a comunidade LGBTQ+, ela tem um significado especial, pois representa resistência a todas as formas de opressão e preconceitos, o reconhecimento como cidadão, além de representar o amor e união. E é nesse sentido que pessoas no mundo todo se reúnem todo ano nas Paradas LGBTQ+ para celebrar o amor livre de preconceitos e lembrar de todas as pessoas que já perderam a vida em busca dos direitos da comunidade.

A Representatividade

Durante muito tempo, os LGBTQ+ não podiam frequentar espaços como bares e restaurantes, além de não serem aceitos em vagas de emprego, apenas por preconceito, situações essas que acontecem até hoje. Assim, cerca de 90% das mulheres transexuais e travestis acabam sobrevivendo da prostituição. Isso acontece pois, muitas vezes, pessoas LGBTQ+ são expulsas de casa ainda na adolescência e têm que buscar emprego para se sustentar, e, consequentemente, acabam deixando os estudos de lado ou mesmo abandonando a escola. Logo, sem apoio familiar e sem acesso à educação, as esquinas se tornam o único lugar em que, principalmente mulheres trans e travestis são aceitas. No entanto, os riscos da prostituição reforçam os números de casos de violência e de homicídio entre a população trans. Nesse contexto, a representatividade é essencial para combater a LGBTfobia e inserir cada vez mais os LGBTQ+ na sociedade, seja por meio de cargos de liderança em empresas ou a presença de artistas nas mídias sociais. Ser representado é sentir-se capaz e acolhido no ambiente de trabalho, sabendo que suas diferenças são respeitadas e valorizadas; é mostrar para as crianças e jovens LGBTQ+ que ser diferente é normal, e que elas não estarão sozinhas na luta contra o preconceito. Assim, artistas como Pabblo Vittar, a Drag Queen com mais seguidores do mundo no Instagram; Anitta, uma das maiores cantoras da música brasileira, e Paulo Gustavo, um grande humorista brasileiro, reforçam a ideia de que pessoas LGBTQ+ podem estar onde elas quiserem.

A Mudança

Por fim, muitos direitos foram conquistados durante esses vários anos de luta da comunidade, mas ainda há o que fazer para que as pessoas LGBTQ+ possam ser respeitadas e se sentirem seguras em expressar seu amor. Portanto, a informação é o ponto principal para combater o preconceito no dia a dia e é por meio da política que se garante os direitos da comunidade.