Igualdade de gênero na Engenharia

Igualdade de gênero na Engenharia

Escrito por Lívia Pinheiro

Publicado em 16/11/2021

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O número de mulheres na Engenharia vem crescendo cada vez mais, finalmente estamos ocupando cargos de grande prestígio e fazendo história em meio a tantas dificuldades! Dessa maneira, visando homenagear as conquistas de tantas mulheres, falaremos um pouco a seguir sobre as suas lutas e como, afinal, podemos incentivar cada vez mais meninas e mulheres a ingressarem nessa área majoritariamente masculina.

Ingresso no Mercado de Trabalho

Não é segredo que sempre foi cobrado das mulheres a responsabilidade de cuidar do ambiente doméstico, impedindo que elas pudessem se aprofundar nos estudos ou procurar empregos. Esse cenário começou a mudar substancialmente a partir do século XX, com a mobilização de mulheres por meio de protestos e a publicação de obras como “Segundo Sexo”, de autoria da filósofa Simone de Beauvoir, que traz a proposta de que a hierarquia da sociedade entre homens e mulheres não é algo biológico e sim uma construção social.

“É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.”Simone de Beauvoir

Isso pode ser confirmado pelo filme “Estrelas Além do Tempo”, que retrata a história de três cientistas negras, Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, na NASA durante a década de 60. Elas abriram as portas para muitas outras meninas na ciência, pois foram as primeiras a serem reconhecidas pelas suas habilidades, competências e capacidades técnicas. Ao superarem as barreiras dos preconceitos de gênero e de raça, elas fizeram história ao ajudarem a mandar o primeiro homem à lua durante a Guerra Fria, além de contribuírem para o êxito da órbita de satélites ao redor do planeta.

A partir do que foi dito, percebemos que mesmo com tantas pedras no caminho, diversas mulheres conquistaram seus lugares em um ambiente que é predominantemente masculino. Agora, você já parou pra pensar sobre o que é igualdade de gênero e como isso afeta as mulheres na Engenharia? Continua lendo pra descobrir!

A igualdade de gênero como um direito humano

O 2° artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) garante que: “Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, […].” Com isso, a gente poderia pensar: “Nossa, então todo mundo cumpre esse artigo, certo?”. Calma, não é bem assim… Apesar disso ser estabelecido pela DUDH, muitos governos ainda não implementam ações de combate à desigualdade de gênero, o que ocorre porque existem a falta de interesse governamental e, principalmente, o machismo estrutural já enraizado.

Podemos ver isso na área de STEM, sigla para ciência, tecnologia, engenharia e matemática, que ainda é pouco explorada por mulheres devido ao forte estereótipo de que o estudo das ciências exatas pertencem somente aos homens, além da diferença salarial e dos crescentes casos de misoginia e de assédio dentro do ambiente de trabalho.

Em 2013, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) fez uma pesquisa sobre os salários dos atuantes da área de Engenharia, concluindo que a remuneração média das mulheres chegava a ser somente 75% da dos homens. Isso mostra que a desigualdade de gêneros é uma temática que deve ser mais discutida pois desestimula as mulheres a seguirem nessa carreira. As mudanças desse cenário têm ocorrido de maneira sutil, isso é o que apontam dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), que demonstram o crescimento de 45% dos registros de mulheres engenheiras entre 2016 e 2018, o que mostra que essa situação está sendo revertida!

Como incentivar mulheres na engenharia?

Para isso, é imprescindível que cultivemos o interesse em meninas desde a tenra idade, incluindo brincadeiras e historinhas de dormir, por exemplo, que sejam relacionadas com esse mundo fantástico das ciências exatas. Além disso, dar todo um suporte técnico para que elas possam praticar algumas coisas da área, como workshops e webinars dinâmicos, o que incentiva elas a se interessarem mais pela área.

Mostrar referências femininas da área também é, sem dúvidas, uma ótima forma de fazer a curiosidade pela Engenharia florescer, pois assim elas terão figuras para se inspirar! Inclusive, um exemplo dessas figuras não está tão longe da nossa realidade! Estou falando de Cláudia Sender: Iniciou sua formação acadêmica em Engenharia Química, o que a deu oportunidade de migrar para o ramo de negócios por meio de um estágio. Até mesmo por Harvard ela passou, se tornando a primeira mulher brasileira a ocupar a diretoria de uma empresa aérea, no caso a TAM Linhas Aéreas.

Viu como a contribuição feminina na Engenharia é importante tanto para a sociedade quanto para a economia do país? Não deixe de incentivar as meninas e mulheres que você conhece porque elas podem fazer história assim como todos os exemplos que citamos aqui! Aliás, compartilhe essa postagem para conseguirmos atrair mais e mais o público feminino para as engenharias e conscientizarmos a galera sobre o assunto!